|Este poema foi escrito com base na história dos meus pais|
(-Amas-me?)
Tinha receio de lhe perguntar.
Ela, que sonhava com amor eterno,
Sentia medo de que ele pudesse não a amar…
Teria de renunciar um futuro terno.
Ele, que acreditava que o amor não se dizia
Apenas se sentia,
Parecia algo frio e distante…
Mas ele não escolhera amar,
Foi ela que chegou com uma vivacidade tão penetrante
Que lhe foi impossível escapar.
Não se deu conta que lhe abriu o coração;
Já ela, só da primeira impressão
Já o tinha guardado em si
E em pensamentos lhe dizia:
(-Eu amo-te é a ti!)
Quis o destino que fosse ela a lutar,
Que fosse ela a sofrer,
Enquanto ele a amava sem dizer…
Talvez porque não o soubesse,
Mas queriam-se ainda que ninguém o dissesse.
Atraiam-se por tanto e por tão pouco,
Ela, sentimentalista e sempre sonhando,
Ele, racional e achando o sonhador louco,
Foram-se amando…
O pensamento dela voava indefinido
E ela queria algo mais concreto,
Algo que já há muito havia querido.
E perguntou tão baixo como sendo secreto:
“-Amas-me?
E ele, tentando não separar a razão
Dos sentimentos do seu coração,
Respondeu um tanto acolhedor:
“-Neste momento… Para sempre meu amor!”