quinta-feira, 14 de julho de 2011

"Basta!"

Caminha pela rua,
Chove,
É noite, sobe a Lua
Mas nada a demove.
Aguarda altruísta
Por um melhor desenrolar,
Mas o Mundo é egoísta
E não lho quer dar.
Tão longa espera...
Neste mundo de maldade e desencontro
A única alegria que trouxera
Fora a do reencontro
Mas lá em cima
Longe deste clima,
E deu-lhe tranquilidade,
Não mais do que pedira,
Mas é a verdade:
Só a morte lhe acalmara a ira.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

"Coração Prometido, Roubo Cometido"

Era hora de dormir e estava ela ainda acordada.
Num impulso
Olhou para o pulso,
Vendo o relógio marcar a madrugada.
Seus olhos inexpressivos de sua cara enrugada
Lacrimejantes, já salgados,
E seus soluços abafados
Viriam mais uma vez despertar
Aquela saudade que a queria matar.
"Vem, desse oceano
De onde um dia partiste.
Aguardo ano após ano,
Que infeliz fado me exigiste!
A mim teu coração prometeste
Mas não cuidaste de o deixar.
O futuro... não o leste!
Não deu noticias o mar
Que pudesses não voltar."
Já o sol no horizonte raiava
Ainda ela murmurava.
Ali em frente ao oceano
Esperava por seu coração roubado
Aguardando um destino menos mundano:
Apagando aquele "infeliz fado".
Um dia, após tanta espera,
Tinha sua paixão voltado,
Mas não era de facto
Como tinha imaginado.
"Tantos anos sofredores
Rejeitando outros amores
Fiel ao teu legado...
Legado não, não senhor!
Porque não mo deste meu amor.
Levaste teu coração para outro lado.
Mas fui-te fiel.
Ousei ser fiel a algo ausente
Arriscando o passado e o presente...
E o futuro?
Como pudeste ser tão duro?
Ou fui eu pouco prudente
Ao prometer-me ao que não tinha?"