sábado, 1 de agosto de 2009

"Atitude Covarde"

Vou partir para longe.
Longe de dor e sofrimento
Longe de todo o desalento.
Não digo para onde vou,
Sei que irei para lá deste mundo.
Fugir como quem fracassou…
E como um vagabundo
Refugio-me no afastamento,
Onde o céu é cinzento.
Eu fracassei.
E por fugir sou covarde
Mas não o digo com alarde
Porque se o dissesse…
Teria dito mais cedo
Tudo que pudesse
Tudo o que não disse com medo.
E por não o dizer sou covarde.
A esta hora já é tarde…
Já não posso voltar atrás.
Nem ninguém pode dizer: “Não vás!”
Talvez seja porque ninguém sabe que vou…
Ninguém insiste para que fique
Porque ninguém suspeitou.
A minha racionalidade caiu a pique
Dentro do poço da covardia.
E por deixá-la cair sou covarde.
Por isso, hoje a felicidade é utopia.
Escrevo-te a ti para dizeres o que não pude,
E peço-te que não desprezes esta atitude.
Queria dizer ao mundo inteiro
Que não existe tal coisa como a felicidade
Enquanto o que dominar for o dinheiro
E houver tanta maldade;
Que nunca existirá alegria
Enquanto o mundo se refugiar na ironia;
Nem haverá verdade
Se continuarem a apostar na falsidade.
Se a verdade magoa, a mentira mata!
E então o mundo morrerá
Se não desvendar a sua errata.
Vou partir!
E deixo aqui escrito
O que nunca consegui assumir,
O que nunca foi dito.
Nunca disse o quanto te admirava
Nunca disse que o teu sorriso me alucinava
Nunca te disse que tinhas defeitos
Nunca critiquei os teus feitos
Nunca disse o que de ti pensava
E arrependo-me, por ser tarde
De nunca ter dito o quanto te amava
E por não o fazer… Sou covarde!